Friday, December 23, 2005

Merry Christmas!

Queridos amigos e leitores do blog.... final de ano. Estou finalizando meu trabalho aqui no OiLondres e me preparando para ir para casa (a que eu ainda estou morando, com os ingleses e o ronca-ronca).
Desejo para todos vocês, de longe e de perto, um ótimo Natal. Amanhã publico as fotos da nossa ceia por aqui!
Eu sinto saudades de todos e estarei pensando na minha família querida, nos sobrinhos, nos amigos, no pai, na mãe, na Nara, no Nuno, na Monica e em todos que moram no meu coração.
Eu amo muito vocês e Natal que vem passamos juntos...

FELIZ NATAL E QUE VENHA ESTE ANO DE 2006 !

Sunday, December 11, 2005

Graduation...

Da esq.para dir: eu, James Dunkerley, Lucy, Mauren, Olivia, Diego e Mariano.
Eu, Jane (secretária e quebra galhos da galera no instituto) e Mariangela, minha amiga do coração
Yes, o Renato foi nessa formatura sim! Ele assistiu Planeta dos Macacos no outro dia heheheh!
WE'RE GONNA GRADUATE AND HAVE A GOOD TIME!
Renato brinca que eu me formar na Universidade de Londres é uma das pontas do meu tripé: tradição, família e propriedade. Ele deve ter razão. O evento de Formatura na Senate House da Universidade de Londres na sexta feira foi um evento carregado de tradição e eu amei. A emoção não foi pouca e nem o orgulho de estar lá, junto com aquela turma, depois de ter passado um dos anos mais massas da minha vida, me formar sabendo o quanto eu aprendi, o quanto eu descobri sobre o meu país e o quanto eu quero ser uma pessoa melhor para poder melhorar o Brasil também. O quanto Londres me ensinou sobre mim mesma e sobre minhas origens.
O James Dunkerley, diretor do instituto e que foi meu professor da disciplina América Latina - da Colônia a Modernidade, me deu os parabéns e disse que confia muito em mim. Fiquei orgulhosa.
Encerrar este ciclo de estudos com a formatura na sexta feira foi perfeito. E merecia, de fato, uma comemoração com muita tradição, do jeito que eu gosto. Não foi a toa que eu vim parar nesse lugar aqui. Não mesmo.

Friday, November 25, 2005

Bring music back into your life...

Sim!! Eu realizei o meu sonho de consumo e me dei de presente um IPod igualzinho a este aí da foto!! 20G de HD e muuuuuuuuuita música na minha vida.

Tudo mudou. A minha caminhada de casa até a estação de trem de Homerton toda manhã ficou mais intensa. A viagem de trem até Camden Road, onde fica o escritório ficou mais bonita.

Londres agora tem trilha sonora. Inocente, pianinhos e vocais doces pela manhã. Cocorosie, Bonobo, Goldfrapp, um jazzinho. Agitada, London Calling, Groove Armada, Violent Femmes, na volta para casa, a tardinha. A noite, de volta na madrugada com o night bus Vitor Ramil canta nos meus ouvidos a ilusão de sentir em casa e as gramas verdes com cenas ideais...

Music is back into my life. E eu adoro isso. A gente definha, se perde, não sabe direito que identidade tem quando não ouve música. A gente fica mais surdo e o coração da gente também.

Londres tem cheiros, gostos e agora também sons. E eu amo essa cidade tão sonora...

Amanhã vou até a beira do Tâmisa realizar um sonho : cantar a estrofe " I live by the river"! de London Calling no meio da Waterloo Bridge. E andar pelo Soho ouvindo Idioteque, do Radiohead.

Sonhos musicais. Nunca mais minha vida vai ficar sem música.

Friday, November 11, 2005

A pedidos...

Eu não devia entregar o ouro e dar a receita do meu tzatziki, mas como sei que o verão está chegando no Brasil, sei que esse prato vai bem com uma cerveja e como tira gosto. Além do mais, eu não poderia negar um pedido da Lara (que está virando, assim como eu, uma bela cozinheira).
Pra começar, o tzatziki é uma pastinha, tipo um patê que os gregos comem durante as refeições ou como entrada. Vai bem com pão ou torrada, é bem fresquinho.
Sendo assim, lá vai

  • 1/2 pepino sem casca ralado (isso mesmo, RALADO, vira tipo uma pasta)
  • 3 ou 4 dentes de alho (c0nforme o gosto, eu ponho mais sempre...)
  • 1 pote de iogurte grego (aqui acha em qquer mercado, acho que pode ser usado o iogurte natural aí do Brasil que funciona)
  • azeite de oliva, pimenta e sal a gosto
Mistura tudo num pratinho, deixa gelar e pode comer com pão ou como molho para mergulhar uma carninha de churrasco. Eu sempre pingo um limão em cima.... é delicioso!

***
Quem deveria estar dando receitas aqui é o Renato, que tá cozinhando ainda melhor (se é que é possível) depois que virou chef. Mas eu não fico atrás não...
***
Ontem fui comer feijoada com couve, vinagrete com direito a coxinha e b0linho de mandioca com carne seca de entrada... ai, que delícia! Deu saudades de comer comidinha de casa todos os dias.
***
Não, eu não virei uma comilona. Eu sempre gostei de comida boa! E sim, eu já tomei café da manhã hoje! Ótimo final de semana para todos e não deixem de tentar o tzatziki, vale a pena.

Saturday, October 29, 2005

Porque as deusas são gregas



















Se Deus é brasileiro, as deusas só poderiam ser gregas!
Até que enfim deu tempo de colocar as fotos da Grécia no blog... rever algumas delas para publicar aqui me encheu de saudades! Ai, que lugar mais lindo! A comida, que não podia faltar, maravilhosa e pra completar, eu aprendi alguns pratos que acabaram se tornando os favoritos aqui em casa. Modéstia a parte, meu tzatziki não tem pra ninguém! Hahahah!

Thursday, October 20, 2005

Perolas negras, aos poucos, aos porcos, aos povos...



Final de semana passado eu fiz uma coisa que há algum tempo não fazia - escutar Luiz Melodia. Quem me conhece sabe como eu sou fã do cara, mas eu tinha me esquecido o quanto. Por alguma razão ficamos falando da participação da Banda Black Rio no álbum Pérola Negra... pronto!

O final de semana todo foi de boa música para os meus ouvidos. Magrelinha, Estácio Holy Estácio, Vale Quanto Pesa e outras composições que se tornaram clássicas na interpretação dele povoaram meu final de semana com lembranças boas do meu Brasil, da bao música e de como é bom tirar um disco antigo e por na vitrola pra tocar. Esse final de semana poderia ser o do Paulinho da Viola, ...

Música boa deveria ser pérolas a todos, e não aos poucos. Pérola Negra deveria ser disco de referência. Melodia nunca foi maldito. Sempre foi benção para os nossos ouvidos.

" O pôr do sol, vai renovar brilhar denovo o seu sorriso. E libertar. Da areia preta e do arco- íris cor de sangue, cor de sangue. cor de sangue..."

Tuesday, October 11, 2005

Saudades

De coxinha, de empadinha, de cerveja de garrafa, de papo no telefone sem pensar que ta saindo caro, de dirigir, de ir pra Antonina, da julia, da heloisa, da minha irma, da minha mae, do meu pai (biscoito), dos meus sobrinhos, da tati, da marjorie, da rosa, da dri, da mariangela, do meu irmao, minha cunhada, da ceni, da me, meli, ro, da arali, saudades da minha tia Lucia, do meu tio Ilson, da Ane, do Robertinho, de pao d'agua com margarina, de pingado, de pastel no mercado, de onibus amarelo e taxi alaranjado, da katita, de gengibirra, do sanduiche do original, da isabella, da oda, dos meus sapatos todos, das minhas roupas todas. saudades de ir no salao das meninas, de gente brasileira do bem, de falar no radio, de nao pagar aluguel. Saudades da praia, de filar almoco na casa da mae e da irma, de comer em buffet, em churrascaria, comer PF, de ter roupa lavada e passada de vez em quando. Saudades de falar mal de Curitiba em Curitiba, saudades de ouvir musica alta no carro, de dirgir na estrada, de viajar quase todo final de semana pra Antonina.
Saudades de milho cozido no pe da serra, de pamonha e caldo de cana.
De um tempo que, se voltar, nao vai ser o mesmo...
Sessao nostalgia nas tercas feiras. Pra que mesmo?

Thursday, October 06, 2005

De olho no jornal (do outro)

Londres tem algumas manias que eu adoro, outras que ja me acostumei, umas que eu odeio e outras que me fazem rir muito. O METRO eh um jornalzinho gratuito que eh distribuido nas estacoes de trem e metro em Londres. Um tipo tabloide, espreme que sai sangue, pula peito pra fora, sensacionalista que todo mundo le. Todo mundo mesmo, ate quem nao consegue pegar seu exemplar na entrada. Muita gente le no trem e no metro aqui, e os desavisados, acabam esticando o olho e lendo o jornal do vizinho.
Hoje, quando estava vindo pro trabalho no trem, vi mais uma vez essa cena e ri muito. Um cara estava compenetrado, lendo o jornal do outro, quando, de repente, o cara vira a pagina. O cidadao fez uma cara do tipo " puts..."! Muito engracado.
Eu mesma estava com essa mania, ate adquirir outra: passear pela minha biblioteca do bairro e emprestar varios livros, autores que sempre quis e nunca parei para ler.
Na lista ja foram Virginia Wolf, Nick Hornby, Chuck Pallahniuk (o meu preferido, depois do Cortazar), Proust e atualmente estou lendo Graham Greene, otimo!
Parar de estudar e ler por prazer eh uma atividade que eu estou adorando. Mas claro que Stuart Hall, Canclini e Gramsci continuam na lista dos favoritos!
Ler, mesmo que seja o jornal do vizinho de poltrona, eh sempre bom!

Monday, September 26, 2005

Viagem pelos cinco sentidos

Quando estava na Grécia pensando sobre o que eu iria escrever sobre a viagem, eu só imaginava uma coisa: os cinco sentidos. Porque esse lugar mexe com todos eles, e da mesma forma.
Tato. Sentir no rosto uma brisa do mar, nas mãos a areia da praia, no corpo a água do mar. Lembrar da sensação de mergulhar, de sentir o corpo relaxado...
Visão. Água azul turquesa, casinhas brancas, areia branca, pedras coloridas, céu azul, muitas e muitas oliveiras, lugares antigos, gente feliz. Paisagens que me lembraram o Brasil e me deixaram feliz e um pouco nostálgica. Paraíso dos fotógrafos!
Audição. Baruho do mar, gente falando alto (grego é meio italiano, meio brasileiro heheh), música cheia de palavras que eu não entendo, minha amiga cantando em eslovaco e meu amigo em grego. O silêncio de Santorini e de Oia.
Olfato. Cheiro da comida, do azeite de oliva, do protetor solar (claro, como não?), de jasmim no caminho para a casa da Marcela.
Paladar. Um caso a parte na história da Grécia. A comida é sagrada como os deuses, cheia de rituais. Charutinhos de folha de parreira, polvo assado, peixe defumado, carneiro na brasa, iogurte, raki, ouzo, dacos, queijo feta. Dez quilos a mais na balança e vinte a menos nas costas.
A Grécia me deixou com saudades de casa. Saudades de me sentir a vontade, andar de chinelo o dia todo. Saudades de ficar com o corpo cansado e a mente relaxada.
Minha viagem foi uma terapia e tanto. Dá pra perceber?
Publico fotos nessa semana! Se nao publicasse esse post logo, ia deixar passar muito tempo.
De volta a Londres. Hoje, dia 27 é meu aniversário. Há um ano atrás eu conhecia apenas duas pessoas em Londres. Convidei mais de quarenta para a minha festa. O tempo, realmente, muda muito as coisas.

Wednesday, September 21, 2005

Grecia....

Estou fora do ar por esses dias porque estou aqui na Grecia. Prometo um post sobre a luz, os gostos e os cheiros deste lugar e sobre a sensacao de entrar no mar depois de mais de um ano e ainda no Mediterraneo.
Estou em Creta, em Rephmno. Ontem fui pra Santorini. Esse lugar eh impressionante!
So pra constar, nunca comi tanta comida boa de uma vez so...
Chego em Londres no sabado e ja mantenho todos bem informados.
To indo pra praia.... ate mais!

Monday, September 05, 2005

A casa onde eu sempre morei...

É, definitivamente, Londres não é mais a mesma. Pelo menos, não pra mim. Sábado fui tomar um café da manhã em Borough Market (vou fazer um post só sobre esse lugar maravilhoso!) para passar o último sábado da minha amiga Dri aqui na cidade. A Dri faz parte das "meninas", grupo de amigas imbatíveis que eu fiz aqui em Londres. Ela vai embora na quinta-feira...
No domingo, acordei com um telefonema da minha amiga Fleur, de Amsterdã, que tava indo embora de vez... E aos pouquinhos, as pessoas vão indo "pra casa."
Eu, que resolvi ficar tô experimentando uma sensação diferente. A vida mudou agora que eu não estou estudando e voltar a trabalhar é um exercício e tanto. Horário, chefe, negociar salário, enviar currículo; ai que preguiça! Mas está sendo bom porque sinto que alguma coisa mudou em mim nesse ano. Alguma não, várias.
Uma delas é um sentimento de individualidade, de me dar o melhor de mim, de olhar além do profissional, de abrir caminhos, eliminar fronteiras e fazer uma viagem "sem volta", como diz o Renato.
A minha viagem não tem volta mesmo. Não é possível voltar a ser o que era, pensar como se pensava, olhar com os mesmos olhos. Não é mais possível sonhar os mesmos sonhos; em parte porque alguns já foram realizados, mas também porque existem tantas outras possibilidades. Eu estou amando ver o tempo me mostrar uma vida diferente, abrir novos caminhos, me mostrar os ciclos que começam e aqueles que terminam. Amando ver que meu porto seguro, como eu já escrevi aqui, vive em mim e não há mudança de geografia que me distancie dele.
O Vitor Ramil (que eu acho um compositor bom pra caramba) tem uma música que chama "Ilusão da Casa", que traduz o que eu tô passando e fala assim:


"Eu sei, o tempo é o meu lugar. O tempo é a minha casa. A casa é onde quero estar."
...

Friday, September 02, 2005

Carnaval aqui e lá...

Os marginais de Londres?

“O carnaval mais do que uma simples festa é uma visão do mundo onde todas as normas são questionadas, daí tudo o que é marginalizado socialmente busca uma libertação catártica. Em suma, caindo-se as barreiras, gera-se uma comunicação livre e polifônica".
Mikhail Bakhtin
A comunidade negra de Londres tem muitas faces. Cheiros caribenhos, gostos africanos, sons jamaicanos lembram um pouco as figuras que Gilberto Freire descreve em "Casa Grande Senzala"; um negro que no Brasil, ainda se pode encontrar mesmo só na Bahia. Um negro que me dá banzo, que me deixa nostálgica de uma coisa que nós, brasileiros, sempre quisemos, mas nunca conseguimos alcançar.
A libertação da força negra no desfile, nos carros de sons, nas músicas e nas comidas escancara uma realidade diferente sobre Londres. Escancara a marginalização, a segregação que eu, ingênua, pensava não existir. Escancara que o cenário multicultural de Londres, ao deixar que se preservem as características de cada comunidade cultural que aqui habita, gera também segregação. O carnaval de Notting Hill me mostrou isso.
O nosso "melting pot", a diversidade nossa e deles, o multiculturalismo que parece estar aqui e lá... ainda não sei qual o melhor jeito para que essa comunicação polifônica seja uma realidade todos os dias do ano e não se acabe na quarta, na segunda ou na terça.
E vamo que vamo!

Tuesday, August 30, 2005

Panis et circenses

Lendo a Folha de SP hoje, me deparei com a noticia de que o Gilberto Gil promete maior verba para cultura em 2006. O orcamento de $480 milhoes sofreu reducao de 57% nesse ano. Fiquei pensando de que tipo de aumento estaria Gil falando... e quantos programas de fato podem ser implementados com esse tipo de verba. Lembrei dos tempos da Educativa; nunca trabalhei com tao pouco dinheiro, mas a criatividade de alguns surpreendia e raramente nao faziamos um bom trabalho.
O MinC tem boas ideias, ta comecando pelo comeco, colocand0 os pingos nos "is". O projeto e bom e visa descentralizar o acesso aos recursos do governo a uns poucos produtores que sempre ganham verba para realizar seus projetos via leis de incentivo. Ta na hora do governo fazer o mesmo e distribuir verba, tirando a cultura das margens dos investimentos.
E vamos la.... comida, educacao e arte. Pao e circo.
Comida na mesa, cultura e educacao.

Saturday, August 27, 2005

Tá, e agora?

Comemoração no Pub: sentido horário eu, Niomi, Victor, Rob e Lucy.
Vou sentir falta desse pessoal!
...

Ontem o dia foi intenso, do começo ao fim. Às 3 e pouco da manhã eu estava terminando a minha dissertação; quando parei, comecei a chorar como uma criança. Ainda não sei se de alívio, tristeza, cansaço, alegria... não dá pra distinguir.
Acordei ali pelas 9 e fui colocar a bichinha no formato. Parágrafo duplo, número de páginas, índice- tudo certo. Depois fui imprimir e ... entregar! Não sabia nem o que dizer para a Agnieska, que trabalha no instituto e recebeu tantas das minhas essays, me entregou todas as notas...
Dei uma olhada geral no instituto e prometo que ainda ia ter umas coisas para fazer lá essa semana, não sei o que. Mas é difícil pensar que ele não vai mais fazer parte da minha Londres.
Depois da entrega a gente se encontrou num pub pra aquecer e de lá fomos para um churrasco na casa de um amigo, o Tim. Tava muito bom, todo mundo aliviado, mas todo mundo cansado também. Música brasileira, tango e salsa rolando na sala e a galera toda reunida. Vou morrer de saudades disso tudo mesmo. Apesar de ter resolvido ficar em Londres por mais tempo, ontem não deixou de ser uma despedida. E daquelas.
Hoje acordei e não sabia nem o que fazer.... tomar café demorado, fuçar no computador, atualizar o blog, pensar daqui pra frente.... hoje ainda quero começar a ler um livro e assistir um filme. Estou com boas idéias para o doutorado, cheia de vontade de trabalhar e começar a estudar por conta própria. Cada final é mesmo um recomeço.
"Batidas na porta da frente, é o tempo..."

Tuesday, August 23, 2005

Estou a dois passos...

Terminei hoje minha conclusão... foi a parte mais sofrida da dissertação inteira. A introdução, ironicamente deve ser minha despedida. Estou feliz, triste, preocupada e ansiosa ao mesmo tempo, afinal, é um outro ciclo que se encerra aqui em Londres.
Amanhã pretendo terminar e imprimir a primeira versão. Depois eu conto como ficou.
Fui!

Monday, August 22, 2005

Roendo as unhas...

Vou entregar minha dissertação na sexta-feira.
Vou entregar minha dissertação na sexta--feira.
Vou entregar minha dissertação na sexta-feira.
Vou entregar minha dissertação na sexta--feira.
Vou entregar minha dissertação na sexta-feira.
Vou entregar minha dissertação na sexta--feira.
....
Falta (ainda) a introdução e a conclusão. Mas tudo sempre deu certo, né?
Torçam todos por mim!!!!
.....
Vou entregar minha dissertação na sexta-feira.
Vou entregar minha dissertação na sexta--feira.
Vou entregar minha dissertação na sexta-feira.
Vou entregar minha dissertação na sexta--feira.

Saturday, August 20, 2005

Cultura (,) inútil?

Hoje termimei os capítulos da minha dissertação; só falta escrever a conclusão e a introdução, nessa ordem (isso mesmo, NUNCA escrevo a introdução antes, sempre por útimo). Analisar a relação do Estado com a cultura é impressionante porque só confirma as muitas vertentes da cultura e como o caráter dela é, organicamente, interdisciplinar. Não existe como estudá-la apenas pela ótica antropológica, ou somente pelas ciências sociais; a investigação requer que todas essas divisões se desfaçam e que um olhar mais integrado recaia sobre o objeto. Nesse sentido, eu nunca tive tanta certeza da minha escolha pelos Estudos Culturais.
Mas é isso, um desabafo acadêmico provavelmente muito chato e muito apaixonado... conseqüência de alguns bons dias passados em frente ao computador pensando nesse assunto. Estou animadíssima pra começar a conclusão e descobrir o final dessa parte da história e tantas outras questões que ela envolve! Sem o menor medo de parecer piegas, citando o Gilberto Gil, não adianta nada senão tiver cultura, "só a cultura salva!"
...
A parte "inútil"(?) dessa reflexão cultural: hoje tava fumando um cigarrinho entre um parágrafo e outro e me deparei com o seguinte ditado na capinha da seda para enrolar o tabaco:
"Life can never be about competition if we all start and end at different times"
Acho que entender onde a gente começa e onde termina, onde nossos esforços estão nos levando dentro da nossa própria trajetória é um passo importante pra se conhecer bem. Acredito que faz a gente se entender melhor, respeitar mais o nosso caminho e valorizar mais nossas conquistas!
E compreender que sim, ainda bem, todos somos diferentes! Viva a diversidade cultural hehehehehe!!!!!

Wednesday, August 17, 2005

Viciada

Gente, desde que eu comecei a ler mais as notícias gerais (antes ficava concentrada apenas na área de cultura), eu viciei. Agora, de manhã, acordo uma hora mais cedo e além de me informar para fazer o boletim da manhã da Bandnews leio tudo quanto é tipo de notícia pela internet. El País, Financial Times, Folha, Globo,... uma delícia!
Claro que meu assunto preferido continua sendo a cultura, sempre vai ser. Mas que esse negócio de notícia vicia, ah, isso vicia!

Sunday, August 14, 2005

Ai, as minhas franjas!

"As meninas"...! Sentido horário eu, Isa, Dri, Rosa e Julia

Eu e Dri no níver da Isa

Inaugurei um visual novo nessa semana. Estou de franjas e feliz! Dei um break na dissertação(não merecido e bem irresponsável) na sexta e fui almoçar com minha amiga Mariângela, da Grécia e depois aproveitei pra picotar as madeixas... (uma amiga minha do Brasil diz que quando a gente corta o cabelo, corta um monte de coisas junto.... tomara!) .
No domingo fui comemorar o aniversário da minha amiga Isa em Camden, e depois comemos tapas por lá... muito gostoso. A dissertação? Vai bem, obrigada. Heheheheh!
Essa semana deve ser a mais pesada, preciso me concentrar mesmo e ver se consigo adiantar bem. Mas estou no pique, com vontade e amando cada linha que escrevo e depois reescrevo e depois modifico e depois... fica um "luxo"como eu costumo dizer por aqui!!!
Vamo que vamo!!! Hoje é dia de trabalho duro! Contagem regressiva, 11 dias pra entrega da dissertação!
...
Em primeira mão: eu sempre fui fã do FHC, todo mundo sabe. Mas andei pesquisando sobre a gestão do Ministério da Cultura na época dele e me decepcionei. A do Gilberto Gil tem bons planos, mas de bons planos o mundo tá cheio, né? Só queria constar aqui que eu, definitivamente, fiquei menos ignorante politicamente. O que já é um bom começo... principalmente em tempos como esse!!!!

Wednesday, August 10, 2005

Foxy Lady!

Ela trocou a noite pelo dia...no quintal de casa
...
Desde quando a gente se mudou pra essa casa aqui em Londres, uns barulhos estranhos incomodavam nosso sono algumas noites. Um belo dia, o Kako, que mora aqui com a gente descobriu do que se tratava: das raposas! Elas passam a noite inteira brincando no nosso jardim e mexendo no nosso lixo. Essa semana uma delas resolveu aparecer de dia. Um filhote, que ficou brincando no jardim feito cachorro, parece animal de estimação. Nós ficamos fãs dos bichinhos!
Bom, a raposa está trocando a noite pelo dia e eu também. A minha dissertação tem dado trabalho e ainda estou me habituando com a rotina do trabalho de correspondente, por isso, ando um pouco cansada. Mas durante as minhas horas de descanso, sempre arranjo um tempo pra dar um relax e falar bobagem pra descontrair. Essa semana o Simon, um inglês que morou no Brasil e é amigo nosso me ensinou umas expressões que são de utilidade pública.
Nunca sei converter as medidas aqui em Londres, não só porque eu engordei um pouco aqui e vivo querendo mentir pra balança, mas nunca sei se 1/2 yards pra chegar em algum lugar é longe, pois lá vão umas dicas "de vestibular"pra nunca mais esquecer:
Utilidade Pública - Conversão de Medidas (com rima!!!):

"One and one quarter pound of jam weights about one kilogram."

"A litre of water is a pound and three quarters."

"A meter measures three foot three. Its longer than than a yard you see!"

É pra não esquecer mais! Mas sobre o meu peso aqui.... isso é outra história!!!


Monday, August 08, 2005

Salaam Brick Lane!

Vendedores ambulantes, passantes e simpatizantes em Brick Lane

Eu andando na Brick Lane num domingo
...
Uma das principais notícias do dia hoje em Londres é a proposta para mudar a nomenclatura dos cidadãos britânicos com descendência de outro país. A idéia defende que filhos de imigrantes nascidos na Grã- Bretanha não se chamariam mais britânicos, mas asiático-britânicos, caribenho-britânicos, africano-britânicos e assim por diante. O tema foi discutido na radio BBC 94.9 durante toda a manhã e conceitos muito familiares a mim, como multiculturalismo, identidade, etc. foram tratados com seriedade pelo apresentador e pelos ouvintes que ligavam participando.
A idéia do multiculturalismo aqui passa longe daquilo que a gente experimenta no Brasil, um caldeirão em que todos, por mais japoneses que pareçam, se dizem brasileiros. Aqui, muitos dos elementos que constituem as diferentes culturas que convivem aqui se preservam, enquanto outros se hibridizam. Cada vez eu gosto mais de ler Stuart Hall por causa disso; as teorias dele se aplicam muito bem a essa realidade aqui. Ele mesmo um jamaicano-britânico!

Estou lendo um livro chamado “Salaam Brick Lane”, escrito pelo jornalista da BBC Tarquin Hall sobre a história do “East End”(como é chamada a região Leste da cidade, onde existe a maior concentração de muçulmanos, indianos e paquistaneses em Londres). O livro é genial e explora a zona da cidade com a qual eu tenho mais contato. Morar em Brick Lane foi, antes de tudo, uma experiência de vida. Tarquin cita no livro, uma passagem do The Times de 1867, que demonstra bem a realidade daqui:

“There is hardly such a thing as a pure Englishman in this island. In a place of the rather vulgarized and very inaccurate phrase, Anglo-Saxon, our national denomination, to be strictly correct, would be a composite of a dozen national titles”.

Alguma dúvida de que se trata de um cenário multicultural? Brick Lane é o exemplo mais nítido dessa diversidade pra mim. Ali, onde samosas, currys e kebabs dividem espaço com hambúrgueres, fish and chips, galinha frita e beigels, Londres tem sua feição mais rica. Mulheres cobrindo-se com burkas, escondendo o rosto e o corpo enquanto outras desfilam de mini-saias ou saiões indianos. Trata-se da celebração de uma diversidade que enfrenta momentos de crise, de discussão, de novas idéias mas que eu, ingenuamente, odiaria ver desaparecer do mapa.
Uma amiga minha diz que cada pessoa que vem pra cá tem uma Londres. A minha Londres é essa: a da convivência dos povos, do encontro, do diálogo. A Londres que eu conheci em Brick Lane!
Sallam!
...
Fico devendo, para um proximo post, um comentario sobre o mercado, os restaurantes e o cenario cultural de Brick Lane! Aguardem!

Saturday, August 06, 2005

Capítulo Um

Hoje, finalmente, comecei a escrever minha dissertação. O primeiro capítulo, sobre a história da relação do Estado com a identidade cultural está saindo e é ótimo não ter mais pânico da página em branco e do cursor piscando. Ainda tem muito trabalho pela frente, mas eu estou satisfeita com esse começo. É genuíno, meu, e fruto de muito estudo, de muitas descobertas.
Comecei o sábado com um brunch tradicional inglês para ganhar energias. Meus olhos estão ardendo de tanto ler e uma gripinha indica que o verão de Londres está chegando ao fim.
Nas horas de relax, desço para bater um papo com o pessoal aqui de casa. Hoje ficamos discutindo assuntos engraçados tipo: nomes estranhos! Já pensou que tem um cara que chama Assunto? E a Suzy Rêgo, que casou com o Paulo César Grande e virou "Suzy Rêgo Grande"? Pelo menos a conversa foi antes da gente decidir que a partir de hoje, só se fala inglês aqui em casa. Hehehe!
...
Só trabalho sem diversão não dá, ... Ontem conversando com o Renato depois de uma cervejinha no pub, pensei que é importante dar um tempo quando a nossa cabeça está muito concentrada em alguma coisa. Permite que a gente olhe de fora, com um olhar menos comprometido, menos apaixonado. Falei que as boas idéias vêm nas horinhas de descanso. "Elas vêm da vida", ele disse. Eu concordo.

Thursday, August 04, 2005

La matina cafe latte, polentina mezzo di....

Eu, Rosa e o mil folhas da Tati no Paul Brasserie

Patrícia e sua obra de arte italiana (não, não o passaporte, a lasanha!)
Ontem foi um dia à iltaliana! Minha amiga Patrícia, depois de dois anos tentando recebeu o passaporte italiano dela pelo correio. Em comemoração, fez uma lasanha maravilhosa de janta, com direito a vinho e música italiana... ai, comi feito uma "nona".
Horas antes, num dos "bat locais"das meninas (eu, Julia, Rosa, Dri, Isa e Tati - essa última agora só em pensamento pois já está no Rio) a brasserie Paul, em Covent Garden eu comia em homenagem a minha amiga Tati um mil folhas de vanilla (ou cre-me, como diz a Julia).
Dia astronomicamente gastronômico. Hoje comprei frutas no mercado com peso na consciência.
...
Estou começando as primeiras linhas da minha dissertação. Ontem, lendo um dos últimos textos que faltavam pra completar a bibliografia, me deparei com uma frase do ex-secretário geral da ONU, Javier Pérez de Cuellar que me chamou atenção:"preferir a reflexão ao reflexo".
Não devíamos todos?

Monday, August 01, 2005

So lonely, so happy!


Meu canto na biblioteca da Senate House, da
Universidade de Londres. Longas tardes ...


Sempre me diziam que o trabalho acadêmico era um processo muito solitário. É mesmo. Essas semanas que antecedem a entrega da minha dissertação (o prazo é dia 26) eu ando muito concentrada e muito sozinha.
As idéias estão vindo nas horas de maior silêncio, de inspiração. Estou animadíssima. A pesquisa está me dando um gás enorme. Pra quem ainda não sabe, estou escrevendo sobre a política cultural do Lula... tem todo o recorte, mas em resumo é isso.
Ai, ai, ai... vou sentir MUITA falta desse curso quando isso tudo acabar.
Esse foi, sem dúvida, um ano cheio de boas descobertas.

Wednesday, July 27, 2005

Rainha da Sucata...


Quando eu falo, ninguém acredita ou acha que eu virei mendiga...
A situação não é essa. Aqui em Londres acha-se tudo (ou quase tudo) no lixo. Aqui em casa a gente tem DVD, microondas, impressora, computador, scanner e várias outras coisas que achamos no lixo. A coisa funciona assim: quem tem o que não quer, põe na rua e ainda deixa um bilhete: "Está funcionando, pode levar".
Final de semana o nosso vizinho colocou várias coisas na frente da casa. Eu acabei ganhando um vaso lindo pra colocar minhas flores!!
Tirei uma foto pra comprovar.
Na terra da rainha, eu virei uma... da sucata hahhahaha!
Escrevi uma matéria no OiLondres sobre o assunto, segue o link:
http://www.oilondres.com.br/info/lixo.htm
Quando eu for embora, quem vai ter que fazer alguma coisa assim sou eu!!!

Sunday, July 24, 2005

Lambe - lambe...



Coopersale Road, London

Eu fiquei muito besta depois que comprei minha máquina fotográfica nova. Além de não parar de tirar fotos, descobri um universo novo e também um meio de atender aos pedidos do pessoal do Brasil para eu mandar umas "chapas". Agora vai. As primeiras são da casa e da rua onde moro.
O bairro chama Hackney, mas é na região de Homerton, zona 2, leste de Londres. Depois de algumas cinco mudanças por essa cidade, mudei pra essa casa em abril.

Nessa época das mudanças (foram quatro em um mês, mais ou menos) fiquei que nem cigana indo de um lugar pro outro. Na época me senti péssima, mas lembrar disso hoje me fez pensar no filme "Chocolate", do diretor sueco Lasse Hallstrom e na idéia estúpida de que existe um "porto seguro" fora e não dentro da gente. Quando assisti esse filme pela primeira vez fiquei pensando sobre "criar asas ou raízes" como se uma coisa só pudesse existir em sacrifício da outra. Mas meu apelido sempre foi borboleta e minha casa já não é casulo.
Quem não cria raíz dentro de si, nunca vai ter asa. Ou vai voar que nem galinha.

Thursday, July 21, 2005

Paz...

Tirei essa foto em Tavistock Square semana passada

Não ia publicar nada sobre os ataques terroristas aqui em Londres no dia 07 de julho. Primeiro porque inaugurei o blog dias depois, segundo porque enviei um texto para alguns amigos e todos sabem o quanto fiquei abalada. Achei também desnecessário voltar num assunto tão delicado.
No entanto, as explosões de hoje me fizeram mudar de idéia, mesmo que ainda não se saiba muito sobre elas. A minha mensagem aqui é de paz e para quem não recebeu, lá vai meu texto sobre os incidentes do dia 07 e que bem servem para os de hoje. Infelizmente.

Filhos de Gandhi


Durante meus primeiros três meses aqui em Londres eu morava num alojamento de estudantes. O “Connaught Hall” ficava no endereço 36-41 Tavistock Square e o meu quarto número 01 ficava no térreo, com uma vista para uma pracinha simpática. Curiosamente, meu cotidiano durante esses meses ficou bem relacionado a Tavistock, já que o instituto onde eu estudo, o Institute for the Study of the Americas da Universidade de Londres ficava nos números 31-35 Tavistock Square, a duas portas do meu quarto.

Um dia, resolvi caminhar pela praça para saber porque ela estava ali, a quem era homenageada e para descansar um pouco. Andei pela pracinha e vi a estatua que ficava ao centro. Era Gandhi. Rodeado por tulipas, Gandhi estava ali para celebrar a paz. Vários dos bancos da Tavistock Square são em homenagem a outros que contribuíram para a paz no mundo e as árvores são em homenagem a vítimas de atrocidades como a Bomba de Hiroshima.

A Tavistock Square abriga muitas das minhas boas lembranças aqui de Londres. Almoços no gramado com meus amigos para aproveitar um dia de sol na cidade, intervalos das minhas aulas quando íamos tomar café “junto ao Gandhi”, o meu descanso entre as várias horas em que ficava na biblioteca e até a celebração do final das minhas provas quando meus colegas brincavam que íamos correr pela Tavistock quando as provas terminassem, já que ficava na frente do Instituto.

Uma das explosões em Londres, a do ônibus numero 30, aconteceu em frente a Tavistock Square. Em frente ao Gandhi. Esse ser humano maravilhoso morreu e não viu a paz no mundo. Na frente dos olhos dele, uma atrocidade contra a humanidade foi cometida na quinta-feira. Minhas lembranças da praça vieram à tona. Minha caminhada quando eu descobri, feliz, que a Tavistock celebrava a paz e homens que contribuíram para a paz. Acho que um pouco da minha paz foi embora na quinta feira.

Eu me sinto no dever de contribuir para um mundo melhor. Um mundo de paz.
É um dever e um direito de todos nós.
Na frente dos nossos olhos pode surgir um mundo mais bonito, rodeado por tulipas, com boas lembranças que nunca serão modificadas.
O dever e o direito de fazer a paz ninguém tira da gente.

Sunday, July 17, 2005

Da Imperfeição

O título do blog é um termo do semiólogo francês Greimas, presente no livro "Da Imperfeição". Um conceito fascinante. Poético, singelo.
Espero ter muitas fraturas expostas aqui.