Monday, September 05, 2005

A casa onde eu sempre morei...

É, definitivamente, Londres não é mais a mesma. Pelo menos, não pra mim. Sábado fui tomar um café da manhã em Borough Market (vou fazer um post só sobre esse lugar maravilhoso!) para passar o último sábado da minha amiga Dri aqui na cidade. A Dri faz parte das "meninas", grupo de amigas imbatíveis que eu fiz aqui em Londres. Ela vai embora na quinta-feira...
No domingo, acordei com um telefonema da minha amiga Fleur, de Amsterdã, que tava indo embora de vez... E aos pouquinhos, as pessoas vão indo "pra casa."
Eu, que resolvi ficar tô experimentando uma sensação diferente. A vida mudou agora que eu não estou estudando e voltar a trabalhar é um exercício e tanto. Horário, chefe, negociar salário, enviar currículo; ai que preguiça! Mas está sendo bom porque sinto que alguma coisa mudou em mim nesse ano. Alguma não, várias.
Uma delas é um sentimento de individualidade, de me dar o melhor de mim, de olhar além do profissional, de abrir caminhos, eliminar fronteiras e fazer uma viagem "sem volta", como diz o Renato.
A minha viagem não tem volta mesmo. Não é possível voltar a ser o que era, pensar como se pensava, olhar com os mesmos olhos. Não é mais possível sonhar os mesmos sonhos; em parte porque alguns já foram realizados, mas também porque existem tantas outras possibilidades. Eu estou amando ver o tempo me mostrar uma vida diferente, abrir novos caminhos, me mostrar os ciclos que começam e aqueles que terminam. Amando ver que meu porto seguro, como eu já escrevi aqui, vive em mim e não há mudança de geografia que me distancie dele.
O Vitor Ramil (que eu acho um compositor bom pra caramba) tem uma música que chama "Ilusão da Casa", que traduz o que eu tô passando e fala assim:


"Eu sei, o tempo é o meu lugar. O tempo é a minha casa. A casa é onde quero estar."
...