Faz tempo que eu não escrevo no blog, mas hoje é um daqueles dias que a necessidade de se expressar é incontrolável. E a razão explica.
Entrei na página do UOL nesta manhã e li a notícia sobre a morte do Rogério Duprat. E queria que isso significasse alguma coisa. Queria que significasse que a música brasileira vai ser discutida, que vai ser pesquisada, que a obra de um mestre como o Maestro Duprat não vai ser esquecida.
Além dos famosos arranjos para o icônico Tropicália, de 1968, e de outros menos populares mais que superam em criatividade, como o álbum A Banda Tropicalista do Maestro Duprat, a obra do maestro menos conhecida e mais significativa não estava escrita em partituras, mas em um manifesto escrito por ele em 1963. Batizado de "Música Nova Brasileira", o documento trazia um tratado sobre uma nova postura para a música feita no Brasil. Bebendo de fontes como os ideais dos Modernistas de 22, Duprat propunha uma internacionalização da vanguarda do Brasil, e afirmava que " sem forma revolucionária não há arte revolucionária", fazendo uma alusão a Maiakóvski que dizia que não há conteúdo revolucionário sem forma revolucionária.
E está provado que não há.
O que mais chama atenção nesse manifesto é o fato de que em 1963, quando muito músico brasileiro estava compondo letras impregnadas de duplo sentido, alusões e outros malabarismos para burlarem a censura, Duprat ofereceu uma saída simples. Mudar a forma, esquecer a academia, fazer uma revolução. E que as idéias dele continuem fervilhando a cabeça daqueles que acreditam na criatividade e abominam a mesmice, o padrão musical de qualidade, a falta de tempero. Salve Duprat!
Friday, October 27, 2006
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2 comments:
gostei de 1VER1 tão entusiasmada com Duprat. Salve mesmo...
Oi Néli ! Meu nome é Danielli sou do Rio de Janeiro.
Tem algum e-mail para que possamos conversar?
Por favor, se tiver envia ao daniellicastro@yahoo.com
Um grande abraço.
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